DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
Os sistemas de transporte públicos da Grécia foram afetados pela greve de 24 horas marcada para esta terça-feira pelas entidades sindicais contra as novas de medidas de austeridade fiscal preconizadas pelo gabinete do primeiro-ministro Lucas Papademos.
A polícia usou gás lacrimogêneo para deter os manifestantes, que se reuniram do lado de fora do parlamento e tentaram invadir o edifício, aos gritos de “nazistas, fora!”.
Uma bandeira alemã foi queimada durante os confrontos, mas as agências de notícias não reportaram feridos nem presos durante o episódio, de rápida duração, e que mobilizou parte dos 10 mil manifestantes que enfrentaram a forte chuva para realizar uma marcha pacífica até o prédio do Legislativo grego.
“Eles cometeram um crime contra o país. Eles estão precipitando assalariados para o a pobreza e tirando o poder aquisitivo de pensionistas e desempregados”, disse Vangelis Moutafis, membro da maior entidade sindical grega, o GSEE.
Na parte central de Atenas, os turistas não tiveram acesso aos principais pontos de visitação, num dia em que o transporte público foi prejudicado pela paralisação. Alguns hospitais públicos, escolas e bancos também não funcionaram.
O gabinete de Papademos, que ontem anunciou a intenção de cortar 15 mil empregos no setor público, deve se reunir hoje com as lideranças partidárias que fazem parte da coalizão governista.
As lideranças gregas precisam chegar a um consenso sobre as novas medidas para cortar gastos públicos (e assim, reduzir o deficit fiscal), a condição principal para que o país tenha acesso a novos recursos da ‘troika’ (FMI, BCE e UE).
Sem esses novos recursos, o país fatalmente deve cair em “default” (calote), já que possui bilhões de euros em dívidas a vencer em março.