Os taliban no Afeganistão sugeriram o fim da proibição da frequência escolar de raparigas, segundo informações do Ministro da Educação afegão, Farooq Wardak, em declarações ao diário britânico “The Times”.
Wardak descreveu esta disponibilidade dos taliban – que negaram o direito das mulheres à educação e a trabalhar durante o regime dos estudantes de Teologia no país– como uma “mudança cultural”. Segundo o ministro, que se encontrava em Londres a participar no Fórum Mundial de Educação, os taliban “já não se opõem à educação das raparigas”.
“Espero que, queira Deus, haja em breve uma negociação pacífica, uma negociação significativa com a oposição que não comprometa os direitos humanos elementares e os princípios básicos que nos têm vindo a guiar de forma a poder prestar uma educação equilibrada e de qualidade ao nosso povo”, avançou o ministro.
Ao longo dos últimos meses têm vindo a ser firmados acordos a nível local em várias partes do Afeganistão, entre os militantes taliban e os anciões das aldeias, permitindo o regresso às escolas de alunas e professoras, refere o correspondente da BBC em Cabul, Quentin Sommerville.
E estas declarações do ministro da Educação sugerem mesmo que as negociações informais entre o Governo afegão e a rebelião taliban – confirmadas em Outubro passado pelo Presidente, Hamid Karzai – estão a ir além de questões como a libertação de prisioneiros, chegando a áreas específicas das políticas de governação do país.