DE SÃO PAULO
Cerca de 100 integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) foram à sede da superintendência do Banco do Nordeste, no centro de Maceió (AL), por volta das 9h desta quinta-feira (19). Um grupo do movimento se reuniu com representantes da instituição. A pauta de reivindicações inclui maior investimento para desapropriar terras no país.
Segundo o MST, houve ocupação do prédio e a invasão foi tranquila, sem confrontos. O Banco do Nordeste, porém, negou que houve invasão e disse que apenas um pequeno grupo entrou no prédio para uma reunião com representantes.
Segundo a instituição informou em nota, “foram tratados assuntos relativos à renegociação de dívidas e esclarecidas dúvidas sobre algumas operações de crédito realizadas pelos assentados.”
Uma das principais reclamações do movimento é que o governo deixou a reforma agrária de lado. No site do MST, eles dizem que o processo “estagnou”.
A ação faz parte da chamada “Jornada nacional de lutas por reforma agrária”, promovida todos os anos pelo movimento no mês de abril.
O período, conhecido por Abril Vermelho, relembra o assassinato de 21 sem-terra em Eldorado de Carajás, no Pará, em 17 de abril de 1996.
O ministro de Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, deve anunciar hoje às 17h quais reivindicações do MST serão acatadas pela pasta. O prédio do ministério foi invadido por cerca de 1.500 integrantes do movimento na segunda-feira. Eles só deixaram o local no dia seguinte, mediante ação de reintegração de posse solicitada pela AGU (Advocacia-Geral da União).
Pepe Vargas comentou a queixa e atribuiu os problemas a governos anteriores. Segundo ele, houve épocas que o governo brasileiro “simplesmente jogou o pessoal em terra sem condições de produzir, distante de centros urbanos, distante de estradas, sem infraestrutura adequada”.
O ministro ressaltou que no ano passado houve o assentamento de 22 mil famílias, além do investimento em processos de assistência técnica e na contratação de novos servidores para lidar com o tema.