Segundo revelam os 250 mil documentos vazados pelo site, alguns comunicados revelam os “esforços para cortejar países da América Latina para isolar o venezuelano Hugo Chávez”.
Das 251 mil mensagens reveladas pelo WikiLeaks, 4.155 se referem à Venezuela, apontou o jornal britânico The Guardian.
Do mesmo modo se menciona nos documentos “as suspeitas que a presidente da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner, desperta em Washington, a ponto de que a Secretaria de Estado chega a pedir informações sobre seu estado de saúde mental”.
Em todos os documentos, estão em evidência “as pressões permanente que se exercem sobre os diferente governos, desde o Brasil à Turquia, para favorecer os interesses comerciais ou militares dos Estados Unidos”.
O comportamento de algumas embaixadas é quase de caso de polícia, e a solicitação do Departamendo de Estado a sua embaixada em Assunção é uma exemplo disso, acumulando dados físicos dos aspirantes à presidência do Paraguai nas eleições de abril de 2008.
Uma das mensagens publicados contém dados biométricos, impressões digitais, fotografias, escanerização de íris, dados do ADN e “outras singularidades” da então ministra da Educação, Blanca Ovelar, do ex-vice-presidente Luis Alberto Castiglioni, do ex-general Lino Oviedo e de Fernando Lugo, atual presidente.
A Secretaria de Estado solicita informação a sua delegação em Assunção sobre a corrupção oficial, a lavagem de dinheiro, as relações do Paraguai com a Cuba, Venezuela, China, Taiwan e Rússia.
Um ponto que chama a atenção é a soicitação de informação sobre a existência de jazidas de hidrocarburetos na região do pantanal paraguaio.
Da mesma forma, solicita-se informação sobre a construção de mesquitas no país, que faz fronteira com Argentina, Brasil e Bolívia.
A informação desejada pelo Departamento de Estado alcança todos os aspectos da política, da economia e das relações sociais latino-americanas.
Reações
A correspondente da TeleSur em Washington, Aurora Sampeiro, reportou que o governo e os cidadãos dos Estados Unidos reagiram de modo diverso diante da revelação de mais de 250 mil documentos.
Segundo a correspondente, o feriado de Ação de Graças comemorado no fim de semana teve influência na velocidade de resposta dos cidadãos, que tendem à passividade ante os temas políticos do país, e geralmente adotam a versão oficial de seu governo.
“Neste domingo recebemos comunicados do Pentágono, da Casa Branca e do Departamento de Estado dirigidos a reverter os danos que o vazamento teoricamente ocasionou aos Estados Unidos, que já vinha fazendo comunicados tentando antecipar a publicação dos arquivos secretos, dizendo que os documentos eram falsos”.
A diferença fundamental, segundo Aurora, entre os primeiros vazamentos da WikiLeaks e o atual, é que pela primeira vez foram revelados assuntos que envolvem outros países em relação à política externa dos EUA.
Da redação, com agências
FONTE: http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=142566&id_secao=9